segunda-feira, 7 de março de 2011

A escolha entre o clube e o Caminho


Há dois modelos básicos de igreja. Há os chamados para fora... e os chamados para dentro.

Igreja, de acordo com Jesus, é comunhão de dois ou três... em Seu Nome... e em qualquer lugar...

E mais: podem ser quaisquer dois ou três... e não apenas um certo tipo de dois ou três... conforme os manequins da religião.

Igreja, de acordo com Jesus, é algo que acontece como encontro com Deus, com o próximo e com a vida... no 'caminho' do Caminho.

Prova disso é que o tema igreja aparece no Evangelho quando Jesus e Seus discípulos estavam no 'caminho' para Cesareia de Filipe: um lugar 'pagão' naqueles dias.

Assim, tem-se o tema igreja é tratado no 'caminho' e em direção à 'paganidade' do mundo.

Para Jesus o lugar onde melhor e mais propriamente se deve buscar o discípulo é nas portas do inferno, no meio do mundo!

Não posso conceber, lendo o Evangelho, que Jesus sonhasse com aquilo que depois nós chamamos de 'igreja'.

Digo isto porque tanto não vejo Jesus tentando criar uma comunidade fixa e fechada, como também não percebo em Seu espírito qualquer interesse nesse tipo de reclusão comunitária.

No Evangelho o que existe em supremacia é a Palavra, que tanto estava encarnada em Jesus como era o centro de Sua ação.

No Evangelho nenhuma igreja teria espaço, posto que não acompanharia o ritmo do reino e de seu caminhar hebreu e dinâmico.

Jesus escolhe doze para ensinar... não para que eles fiquem juntos. Ao contrário, a ordem final é para ir...

Enfim... são treinado a espalhar sementes, a salgar, a levar amor, a caminhar em bondade, e a sobreviver com dignidade no caminho, com todos os seus perigos e possibilidade (Lc 10).

No caminho há de tudo. Jesus é o Caminho em movimento nos caminhos da existência. E Seus discípulos são acompanhantes sem hierarquia entre eles.

No mais... as multidões..., às quais Jesus organiza apenas uma vez, e isto a fim de multiplicar pães.

De resto... elas vem e vão... ficam ou não... voltam ou nunca mais aparecem... gostam ou se escandalizam... maravilham-se ou acham duro o discurso...

Mas Jesus nada faz para mudar isto. Ele apenas segue e ensina a Palavra, enquanto cura os que encontra.

Ao contrário..., vemos Jesus dificultando as coisas muitas vezes, outras mandando o cara para casa, outras dizendo que era preciso deixar tudo, outras convidando a quem não quer ir...; ou mesmo perguntando: Vocês querem ir embora?

Não! Jesus não pretendia que Seus discípulos fossem mais irmãos uns dos outros do que de todos os homens.

Não! Jesus não esperava que o sal da terra se confinasse a quatro dignas e geladas paredes de maldade.

Não! Jesus não deseja tirar ninguém do mundo, da vida, da sociedade, da terra... mas apenas deseja que sejamos livres do mal.

Não! Jesus não disse "Eu sou o Clube, a Doutrina e a Igreja; e ninguém vem ao Pai se não por mim".

Assim, na igreja dos chamados para fora, caminha-se e encontra-se com o irmão de fé e também com o próximo que não tem fé... e todos se trata com amor e simplicidade.

Em Jesus não há qualquer tentativa de criar um ambiente protegido e de reclusão; e nem tampouco a intenção de criar uma democracia espiritual, na qual a média dos pensamentos seja a lei relacional.

Em Jesus o discípulo é apenas um homem que ganhou o entendimento do Reino e vive como seu cidadão, não numa 'comunidade paralela', mas no mundo real.

Na igreja de Jesus cada um diz se é ou não é...; e ninguém tem o poder de dizer diferente... Afinal, por que a parábola do Joio e do Trigo não teria valor na 'igreja'?

Na igreja de Jesus... pode-se ir e vir... entrar e sair... e sempre encontrar pastagem.

O outro modo de ser igreja é, todavia, aquele que prevaleceu na história. Nele as pessoas são chamadas para dentro, para deixar o mundo, para só considerarem 'irmãos' os membros do 'clube santo', e a não buscarem relacionamentos fora de tal ambiente.

A comunidade de Jerusalém tentou viver assim e adoeceu!

Claro!

Quem fica sadio vivendo num mundo tão uniforme e clonado?

Quem fica sadio não conhecendo a variedade da condição humana?

Quem fica sadio se apenas existe numa pequena câmara de repetições humanas viciadas?

Sim, quem pode preservar um mínimo de identidade vivendo em tais circunstâncias? Nesse sapatinho de japonesa?

É obvio que os discípulos precisam se reunir..., e juntos devem ter prazer em aprender a Palavra e crescer em fé e ajuda mutua.

Todavia, tal ajuntamento é apenas uma estação do caminho, não o seu projeto; é um oásis, não o objetivo da jornada; é um tempo, não é o tempo todo; é uma ajuda, não é a vida.

De minha parte quero apenas ver os discípulos de Jesus crescendo em entendimento e vida com Deus, em amizade e respeito uns para com os outros, em saúde relacional na vida, e com liberdade de escolha, conforme a consciência de cada um.

O 'ajuntamento' que chamamos igreja deve ser apenas esse encontro, essa estação, esse lugar de bom animo e adoração.

O ideal é que tais encontros gerem amizade clara e livre, e que pela amizade as pessoas se ajudem; mas não apenas em razão de um certo espírito maçônico-comunitário, conforme se vê... ou porque se deu alguma contribuição financeira no lugar.

A verdadeira igreja não tem sócios... Tem apenas gente boa de Deus... e que se reúne e ajuda a manter a tudo aquilo que promove a Palavra na Terra.

Tenho pavor de comunidades!

Elas são ameninantes para a alma, geram vilas de doenças, produzem inibição dos processos de individuação, e tornam os homens eternos imaturos... sempre com medo do mundo e da vida.

Sem falar que em todo mundo muito pequeno, como o da 'comunidade', as doenças tendem a aumentar... e a ganhar caras e contornos de perversidade travestida de piedade...

É o que eu chamo de peidade! Fica todo mundo querendo se meter onde não foi chamado... É um inferno!

Lá no "Caminho da Graça" estou tentando levar as pessoas a esse entendimento e a essa maturidade, e não tenho nenhuma outra vontade interior de fazer daquilo mais uma 'igreja'.

Quero ver pessoas que sejam 'gente boa de Deus'; gente descomplicada e desviciada de 'igreja'; gente que aprenda o bem do Evangelho primeiro para si e em si mesmas..., e apenas depois para fora...

Portanto, não se trata de um movimento 'sacerdotal', intimista e fechado; mas sim de um andar profético, aberto e continuo...

Lá não se busca a média da compreensão... Ao contrário, lá se força a compreensão...

Lá só fica quem realmente quer... e não tento jamais dissuadir ninguém ao contrario de sua vontade.

Não há complicação. Tudo é muito simples. E quem não achar que serve, está sempre livre a achar o que lhe agrada em qualquer lugar.

Ou não foi assim que Jesus tratou a tudo no caminho?

A escolha que se tem que fazer é essa: ou se quer uma 'comunidade' que existe em função de si mesma, e para dentro; ou se tem um 'caminho de discípulos', e que se encontram, mas que não fazem do encontro a razão de ser da vida.

A meu ver, no dia em que prevalecer o modelo do 'caminho', conforme Jesus no Evangelho, a vida vai arrebentar em flores e frutos entre nós e no mundo à nossa volta; e as pessoas serão sempre muito mais humanas, descomplicadas e sadias...

Mas se continuar a prevalecer o modelo 'comunitário de Jerusalém'... que de Jerusalém tem apenas o intimismo e o espírito sectário... não se terá jamais nada além do que se teve nesses últimos dois mil anos; ou seja: esse lugar de doentes presunçosos a que chamamos de 'igreja'.

Para isto... para esta coisa... não tenho mais nenhuma energia para doar. Mas para a vida como caminho, ofereço meu coração mais jovem do que nunca.

Caio

Escrito em 2005

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Religião não! Espiritualidade sim!


Em Jerusalém um amigo judeu de muitos anos, que já foi meu guia, mas que se tornou amigo mesmo [ele meu e eu dele], me disse que pastores brasileiros chegam lá, e, uma vez indagados por mim, dizem, entre outras coisas, que eu deixei a "religião cristã".

Meu amigo judeu então lhes diz:

"Mas ele nunca acreditou em religião. Ele apenas sempre creu em espiritualidade, não em religião. E a espiritualidade na qual ele crê não é a dos cristãos, mas sim a de Jesus".

Ora, depois chegam lá os crentes tapados querendo "evangelizar judeus", sem nem mesmo saberem fazer distinções básicas, as quais, para muitos deles, como meu amigo, são sutilizas essenciais, especialmente para quem, em nome da religião cristã, sofreu milênios pelo crime religioso de os judeus terem entregue Jesus aos romanos para que esses o executassem; crime esse que até hoje é discutido, o qual, no curso dos tempos, colocou os judeus sendo "judiados" pelos cristãos de todos os modos e formas possíveis, culminando no holocausto da II Guerra.

De fato, meu amigo está certo. Sou discípulo da espiritualidade de Jesus e de nada mais.

Não sou discípulo da espiritualidade de Paulo e nem de nenhum dos apóstolos, mas sim de Jesus, única e exclusivamente de Jesus. É a partir de Jesus que vejo o que é e o que não é sadio até na espiritualidade dos apóstolos.

Espiritualidade, conforme já tenho dito em muitos livros e textos meus, é aquilo que perpassa a vida, de modo integral, como espírito que qualifica todas as percepções, interpretações, atitudes, e decisões de uma pessoa.

Meu amigo judeu entendeu isto, e tem seu coração aberto para mim e para o Evangelho. Entretanto, muitos cristãos [a maioria], à semelhança dos judeus que perseguiam Paulo por ele ter deixado a "religião judaica", insistem em não entender o óbvio, apenas porque a ruptura que está estabelecida, agora, já não é mais de livros, textos e de conceitos, mas prática e histórica; e é isto justamente o que os tem apavorado.

No início, ouviam e pensavam: "São os estrebuchos do falido, do caído, do homem sob os escombros!..."

Mas agora que vêem milhares e milhares, e até seus filhos, esposas e netos enxergando o que eles se negam a ver, então, dizem: "Este homem está corrompendo a religião!"

Então, os mesmos que me perseguem por aí, muitas vezes me escrevem cartas de apelo, implorando que eu "volte", e que pare de criar essa "divisão".

Que divisão? Sim! Eu quero saber! Qual foi a divisão que eu criei?

O Evangelho só é divisão para os que se perdem, pois, todo aquele que o ama e nele crê, esse, quando o ouve, deixa tudo e diz "amém" à verdade.

Assim, aproveito para informar aos que já sabem, mas não querem admitir que sabem, que o "Caminho da Graça" tem cultos, reuniões, ceia, batismos, ordenações conforme os dons, envia pessoas, sustenta pessoas, e anuncia a Palavra; e faz tudo isso sem ser um movimento da religião, mas sim da espiritualidade segundo Jesus.

Jesus pregava, orava com doentes e oprimidos, ensinava o evangelho e anunciava a chegada do Reino de Deus; além de acolher pessoas, andar com elas, reuni-las e fazerem-nas sentirem-se irmãs umas das outras, e, sobretudo, deixando a elas claro que o maior poder de testemunho que teriam neste mundo viria exclusivamente da capacidade que tivessem de amarem-se umas às outras — "para que o mundo creia".

Quando [logo depois de minha conversão] deparei com as implicações de Jesus ter sido sumo sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque, ato continuo toda e qualquer força que a religião desejasse ter sobre mim, morreu...

Quem crê que Jesus é Sumo Sacerdote segundo uma ordem que transcende a religião de Abraão, crê, daí para frente, não mais em religião, mas apenas em espiritualidade em Cristo, conforme o Evangelho.

O "Cristianismo" é um ente histórico poluído e pervertido demais para ter qualquer poder de influencia de sal na terra.

Insistir nas Cruzadas Cristãs contra o mundo pagão, é ainda pior do que pregar o Islã, por exemplo; pois, pregar uma religião em nome de Maomé é coisa humanamente simples de entender, mas fazer a mesma coisa com Jesus é blasfêmia contra o ser de Jesus.

Desse modo, tudo o que Jesus faz e ensina nos evangelhos é o que nos concerne, e, sobretudo, Seu modo de ser, pois, é da observação de Seu modo de ser e andar que se tem, segundo Ele, a chance de em vendo-o, ver-se também o Pai.

Assim, alegremente reduzo-me a Jesus, e aceito os limites da infinita liberdade, e as contenções do amor, e as cadeias do regozijo, e a impotência dos milagres, e a fraqueza de se enfrentar o inferno apenas com a Palavra.

Isto, hoje, todavia, é loucura para o Cristianismo e escândalo para os Evangélicos!

Mas para todo aquele que crê, esta é a Raiz de Vida que põe seu espigão no cerne mais profundo do discípulo, dando a ele a essencial alegria e gozo no enfrentamento das tribulações que virão sobre todos os habitantes da terra.

Nele,

Caio

Escrito em 2007

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A quem Jesus chamou de ímpio?


O que Jesus pensou quando leu o Salmo 1?

Como foi que Jesus encarnou isso?

Como ele viveu isso?

Sim, pois dizer que “o verbo se fez carne” significa que tudo que havia sido verbalizado como inspiração divina antes, foi encarnado em Jesus de Nazaré. E, lendo o salmo 1 a partir de Jesus, as perspectivas mudam, pois Ele passa a ser a chave que nos abre todos os tesouros.

Ora, ímpio (oposto de pio) é todo ser que não é capaz de exercer misericórdia.

E mais: essa estrutura ímpia está instalada nas associações religiosas. Irônica e contraditoriamente, os das tais associações acham que o ímpio é o que não segue a sua formação religiosa, que o ímpio é o que não está no seu meio. Esse achismo já impede estes de exercer misericórdia, pois há uma confusão instalada em suas mentes, afirmando-lhes que piedade é um esforço religioso de se comportar adequadamente. Adquirindo para si uma presunção de juízo, endurecendo-se, dando-se poder de determinar quem é ímpio pela aparência, pelas visualizações, pelo não pertencimento ao grupo enquanto, na verdade, a piedade se manifesta como exercício de misericórdia.

Na perspectiva religiosa, esse é o ímpio. O religioso torna-se moralista e, consequentemente, desprovido de capacidade de reconsiderar qualquer coisa. Cheio de juízo, acha que ímpio é quem não aceita nem segue rigorosamente sua confissão de fé.

Enfim, etimologicamente, o ímpio é aquele que é mau, que tem rigidez mas sem qualquer densidade dentro de si, que é sistemático, não volta atrás, fecha questões, não pensa diferente, suas certezas são totais; então segue adiante, gelado, esfolando, arrebentando.

Do ponto de vista histórico, como Jesus fez essa aplicação?

Como ele viveu? Quem Jesus chamou de ímpio?

Quem era o ímpio nos tempos de Jesus? Seria Zaqueu, o publicano? Seria Maria Madalena? A resposta é NÃO.

A quem ele chamou de escarnecedor, de ímpio? Ao fariseu.

Onde você não vê Jesus nunca e qual a principal roda dos escarnecedores? O templo.

É no templo que eles estão. Usando descaradamente o nome de Deus, falando a mentira em nome da verdade de Deus, manipulando o nome de Deus com aquela cara lavada, toda bonitinha, toda certinha, toda arrumada, toda enquadradinha. Sua impiedade é gradativa e praticamente imperceptível; impiedade que envenena com mil disfarces. A impiedade escrachada não traz grandes perigos; esta sim, é a que mata, a que nos envenena sutilmente com todas as formatações do suposto bom conselho. Conselho que não carrega vida, não carrega reconciliações, não carrega graça, nem misericórdia, nem oportunidades; só morte e finalizações. Isso é que é falsificação da palavra de Deus.

Nesse agrupamento JESUS nunca se assentou. Ele só foi lá amarrado. Para ser julgado. Ele preferiu morrer entre dois ladrões a se assentar entre aquela curriola divina que se exalta declarando para si mesmo uma não-pecabilidade, batendo no peito e dizendo: "graças dou por não ser como os demais..."

E onde você O vê?

Você O vê nas esquinas, nas praças, no caminho, nos bares, nas noites, nos jantares, nas celebrações, nos casamentos, dando atenção a quem ninguém dava, incluindo quem estava fora, chamando pelo nome aqueles a quem não eram nomeados, socorrendo problemas do tipo “não pode acabar o vinho”.

Portanto, cuidado com as certezas dos seus conselheiros.Toma cuidado pra ver onde é que você está recebendo informações a partir das quais você alimenta sua vida. Veja se elas são fruto da misericórdia, da graça, do amor e da justiça ou se elas são produzidas pelo juízo, pelo julgamento precipitado, pela atitude de esmagamento do outro e pela incapacidade de jamais voltar atrás.

Ou seja, cuidado com conselheiros cheios de certezas prontas e acabadas, pois a misericórdia sempre deixa uma porta aberta. Ainda que seja pra você escapar. Uma porta estreita, apertada, que o livrará do embaraço, do problema, da aflição, da angústia, da culpa, da dor.

Bem aventurado o homem que não anda no conselho de quem não tem coração, daquele que não tem misericórdia. Pois o pior escárnio é a indiferença ante a verdade de Deus.

Para o bem aventurado o prazer está na lei do Senhor.

A lei do Senhor, para Jesus, é a GRAÇA.

Jesus nos chama para dentro de critérios imponderáveis da verdade, da justiça, do amor e da misericórdia. Em vez de aprovar o religioso certinho que cumpria regras, Jesus deu preferência àqueles que eram reprovados, invertendo parâmetros e lógicas, subvertendo aquela ordem estabelecida pela tradição religiosa transmitida pelos líderes que invalidaram a Palavra de Deus. (Marcos 7)

E, esse chamado, não é algo que se sente e também não está escrito em algum lugar. Você é tocado por ele. Isso tem a ver com entendimento que é fruto de uma consciência que está grávida de outros valores; que abre pacotes, que pergunta pela misericórdia ao final de cada coisa, que não deixa o sol se pôr sobre a ira, ou seja, não deixa o dia cair e a noite abraçar você e te ninar com amarguras. (Ele não diz para não se irar, mas para não permitir que o ocaso daquele sentimento se congele, dando lugar ao diabo).

E na Sua lei medita de dia e de noite...

Sem ter hora nem lugar para meditar pois meditação é a vida. Ai daquele que precisa de tempo e local para meditar. Meditar é existir. Existir conforme a lei da graça e não de cartilha religiosa.

Aliás, se a nossa salvação dependesse da síntese dos mandamentos estaríamos falidos."Na lei da lei estou perdido. Na lei da graça eu estou salvo".

Aceitando a graça como lei é que somos salvos. Salvos de nós mesmos para sermos graciosos com o outro. Fazendo manutenção da graça em permanente estado de perdão, à medida que a praticamos no cotidiano com o outro. Está conquistado! Em Cristo, a gente sai liberado. Ele nos tira dos tribunais e nos traz para a consciência que nos diz: quer perdão, perdoa; quer graça, seja gracioso; quer misericórdia, seja misericordioso; quer ser compreendido, entenda. Esse é o SER que está andando debaixo da lei de Deus. Para este há ressurreição. Ainda que morto entre dois ladrões. Pois a Graça foi conquistada por Jesus na Cruz pra mim para sempre; sou chamada com convicções reforçadas, a aplicar tal manutenção junto ao meu próximo na qual recebendo favor infinitamente imerecido, fazer favor infinitamente imerecido. Esta é a lei do caminho e bem aventurado quem transforma isso, não em compreensão intelectual, mas num estado de ser.

Peçamos a Deus:

Senhor, constrói dentro de mim um ser sólido, não rígido; constrói algo denso, não pedrado; constrói em mim verdade, não moralismo; algo que esteja além da minha compreensão e que eu não precise explicar por saber que é verdade.

Amém!

ADAPTADO - CLIQUE AQUI PARA OUVIR

Fonte: Blog da Rê

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

QUE O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS SAIBA

Saiba do que?

...Do Evangelho que é a boa noticia de Deus aos homens e mulheres deste tempo

...De Jesus de Nazaré que é o próprio Evangelho. A Palavra encarnada

...Que Deus em Cristo se reconciliou com toda humanidade e esta é a boa noticia do Eterno aos homens

...Que há um movimento na terra hoje chamado Caminho da Graça que se identifica com outros movimentos que apenas anunciam Jesus com simplicidade

...Que é possível ser simples e comprometido com a essência do Evangelho, pois, simples é o Evangelho

...Que homens e mulheres sem nenhuma acepção podem se reunir, se encontrar e festejarem a fé uns com os outros e assim servirem a Deus e aos homens

...Que estes encontros podem ser simples, leves, informais, bem humorados, ao mesmo tempo, responsáveis e comprometidos com os valores do Reino

...Que nestes encontros e em todos os encontros como Caminho da Graça, todos os dons são exercitados e distribuídos segundo o que o Espírito Santo lhe aprouver

...Que oramos e nos repartimos uns com os outros de modo que se materializem os resultados do exercício da fé, isto é, curas, livramentos, solidariedade, compaixão, salvação, suprimentos de necessidades, e tudo o que tem a ver com um encontro entre seguidores de Jesus.

Que o maior número possível de pessoas saiba...

Que chegou a hora de ser livre e fazer valer esta liberdade conquistada por Cristo na Cruz em nosso favor...

Que não estamos, e ninguém precisam estar debaixo de qualquer outra autoridade que não seja a autoridade de Cristo sobre nossas vidas...

Para que seja assim, podemos usar todos os recursos disponíveis. Todos mesmo.

Podemos contribuir para que, o que já está sendo feito, chegue ao MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS.

Podemos fazer isto junto e isolado, mas, podemos fazer e penso que devemos fazer.

Não que estejamos deflagrando algum tipo de plano expansionista, não, mas, estou convicto e isto faço, QUERO QUE O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS SAIBA que há um Caminho que se identifica com O CAMINHO que tem um Nome Jesus o Cristo.

No que depender de mim, tudo farei para que MUITOS SAIBAM que o Evangelho é a ação de graça da parte do Eterno para com toda a humanidade e, TODOS PODEM BEBER DESTA FONTE INESGOTÁVEL.

Com gratidão por ter sido convidado para esta hora e por estar ao lado de tantos que conheci dos quais eu não abro mão.

Carlos Bregantim

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A ESCOLHA ENTRE O CLUBE E O CAMINHO


Há dois modelos básicos de igreja. Há os chamados para fora... e os chamados para dentro.
Igreja, de acordo com Jesus, é comunhão de dois ou três... em Seu Nome... e em qualquer lugar... E mais: podem ser quaisquer dois ou três... e não apenas um certo tipo de dois ou três... conforme os manequins da religião.
Igreja, de acordo com Jesus, é algo que acontece como encontro com Deus, com o próximo e com a vida... no ‘caminho’ do Caminho.
Prova disso é que o tema igreja aparece no Evangelho quando Jesus e Seus discípulos estavam no ‘caminho’ para Cesareia de Filipe: um lugar ‘pagão’ naqueles dias.
Assim, tem-se o tema igreja tratado no ‘caminho’ e em direção à ‘paganidade’ do mundo.
Para Jesus o lugar onde melhor e mais propriamente se deve buscar o discípulo é nas portas do inferno, no meio do mundo! Não posso conceber, lendo o Evangelho, que Jesus sonhasse com aquilo que depois nós chamamos de ‘igreja’.
Digo isto porque tanto não vejo Jesus tentando criar uma comunidade fixa e fechada, como também não percebo em Seu espírito qualquer interesse nesse tipo de reclusão comunitária.
No Evangelho o que existe em supremacia é a Palavra, que tanto estava encarnada em Jesus como era o centro de Sua ação. No Evangelho nenhuma igreja teria espaço, posto que não acompanharia o ritmo do reino e de seu caminhar hebreu e dinâmico.
Jesus escolhe doze para ensinar... não para que eles fiquem juntos. Ao contrário, a ordem final é para ir... Enfim... são treinado a espalhar sementes, a salgar, a levar amor, a caminhar em bondade, e a sobreviver com dignidade no caminho, com todos os seus perigos e possibilidade (Lc 10).
No caminho há de tudo. Jesus é o Caminho em movimento nos caminhos da existência. E Seus discípulos são acompanhantes sem hierarquia entre eles.
No mais... as multidões..., às quais Jesus organiza apenas uma vez, e isto a fim de multiplicar pães. De resto... elas vem e vão... ficam ou não... voltam ou nunca mais aparecem... gostam ou se escandalizam... maravilham-se ou acham duro o discurso...
Mas Jesus nada faz para mudar isto. Ele apenas segue e ensina a Palavra, enquanto cura os que encontra.
Ao contrário..., vemos Jesus dificultando as coisas muitas vezes, outras mandando o cara para casa, outras dizendo que era preciso deixar tudo, outras convidando a quem não quer ir...; ou mesmo perguntando: Vocês querem ir embora?
Não! Jesus não pretendia que Seus discípulos fossem mais irmãos uns dos outros do que de todos os homens.
Não! Jesus não esperava que o sal da terra se confinasse a quatro dignas e geladas paredes de maldade.
Não! Jesus não deseja tirar ninguém do mundo, da vida, da sociedade, da terra... mas apenas deseja que sejamos livres do mal.
Não! Jesus não disse “Eu sou o Clube, a Doutrina e a Igreja; e ninguém vem ao Pai se não por mim”.
Assim, na igreja dos chamados para fora, caminha-se e encontra-se com o irmão de fé e também com o próximo que não tem fé... e todos se trata com amor e simplicidade.
Em Jesus não há qualquer tentativa de criar um ambiente protegido e de reclusão; e nem tampouco a intenção de criar uma democracia espiritual, na qual a média dos pensamentos seja a lei relacional.
Em Jesus o discípulo é apenas um homem que ganhou o entendimento do Reino e vive como seu cidadão, não numa ‘comunidade paralela’, mas no mundo real.
Na igreja de Jesus cada um diz se é ou não é...; e ninguém tem o poder de dizer diferente... Afinal, por que a parábola do Joio e do Trigo não teria valor na ‘igreja’? Na igreja de Jesus... pode-se ir e vir... entrar e sair... e sempre encontrar pastagem.
O outro modo de ser igreja é, todavia, aquele que prevaleceu na história. Nele as pessoas são chamadas para dentro, para deixar o mundo, para só considerarem ‘irmãos’ os membros do ‘clube santo’, e a não buscarem relacionamentos fora de tal ambiente.
A comunidade de Jerusalém tentou viver assim e adoeceu!
Claro!
Quem fica sadio vivendo num mundo tão uniforme e clonado?
Quem fica sadio não conhecendo a variedade da condição humana?
Quem fica sadio se apenas existe numa pequena câmara de repetições humanas viciadas?
Sim, quem pode preservar um mínimo de identidade vivendo em tais circunstâncias? Nesse sapatinho de japonesa?
É obvio que os discípulos precisam se reunir..., e juntos devem ter prazer em aprender a Palavra e crescer em fé e ajuda mutua. Todavia, tal ajuntamento é apenas uma estação do caminho, não o seu projeto; é um oásis, não o objetivo da jornada; é um tempo, não é o tempo todo; é uma ajuda, não é a vida.
De minha parte quero apenas ver os discípulos de Jesus crescendo em entendimento e vida com Deus, em amizade e respeito uns para com os outros, em saúde relacional na vida, e com liberdade de escolha, conforme a consciência de cada um.
O ‘ajuntamento’ que chamamos igreja deve ser apenas esse encontro, essa estação, esse lugar de bom animo e adoração.
O ideal é que tais encontros gerem amizade clara e livre, e que pela amizade as pessoas se ajudem; mas não apenas em razão de um certo espírito maçônico-comunitário, conforme se vê... ou porque se deu alguma contribuição financeira no lugar.
A verdadeira igreja não tem sócios... Tem apenas gente boa de Deus... e que se reúne e ajuda a manter a tudo aquilo que promove a Palavra na Terra.
Tenho pavor de comunidades!
Elas são ameninantes para a alma, geram vilas de doenças, produzem inibição dos processos de individuação, e tornam os homens eternos imaturos... sempre com medo do mundo e da vida.
Sem falar que em todo mundo muito pequeno, como o da ‘comunidade’, as doenças tendem a aumentar... e a ganhar caras e contornos de perversidade travestida de piedade...
É o que eu chamo de peidade!
Fica todo mundo querendo se meter onde não foi chamado... É um inferno!
No ‘Caminho da Graça’ estou tentando levar as pessoas a esse entendimento e a essa maturidade, e não tenho nenhuma outra vontade interior de fazer daquilo mais uma ‘igreja’.
Quero ver pessoas que sejam ‘gente boa de Deus’; gente descomplicada e desviciada de ‘igreja’; gente que aprenda o bem do Evangelho primeiro para si e em si mesmas..., e apenas depois para fora...
Portanto, não se trata de um movimento ‘sacerdotal’, intimista e fechado; mas sim de um andar profético, aberto e continuo...
Lá não se busca a média da compreensão... Ao contrário, lá se força a compreensão...
Lá só fica quem realmente quer... e não tento jamais dissuadir ninguém ao contrario de sua vontade.
Não há complicação. Tudo é muito simples.
E quem não achar que serve, está sempre livre a achar o que lhe agrada em qualquer lugar.
Ou não foi assim que Jesus tratou a tudo no caminho?
A escolha que se tem que fazer é essa: ou se quer uma ‘comunidade’ que existe em função de si mesma, e para dentro; ou se tem um ‘caminho de discípulos’, e que se encontram, mas que não fazem do encontro a razão de ser da vida.
A meu ver, no dia em que prevalecer o modelo do ‘caminho’, conforme Jesus no Evangelho, a vida vai arrebentar em flores e frutos entre nós e no mundo à nossa volta; e as pessoas serão sempre muito mais humanas, descomplicadas e sadias... Mas se continuar a prevalecer o modelo ‘comunitário de Jerusalém’... que de Jerusalém tem apenas o intimismo e o espírito sectário... não se terá jamais nada além do que se teve nesses últimos dois mil anos; ou seja: esse lugar de doentes presunçosos a que chamamos de ‘igreja’.
Para isto... para esta coisa... não tenho mais nenhuma energia para doar. Mas para a vida como caminho, ofereço meu coração mais jovem do que nunca.
Caio

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

PROVÉRBIOS DO EVANGELHO!


Neste texto quando eu aludir a Consciente, referir-me-ei ao homem sensato; e quando falar do Tolo..., estarei falando do Insensato ou do Simples em sua ingenuidade patológica ou deliberada em razão de processos de auto-engano.

1. O Consciente ouve toda verdadeira repreensão com temor grato, mas o Tolo sente-se ofendido por cada verdade que poderia ajudá-lo.
2. O Consciente sente todas as dores deste mundo e com elas lava-se em doçuras, mas o Tolo extrai da dor apenas a amargura.
3. O Consciente foge de toda luta que não seja pela vida, mas o Tolo faz de toda discordância uma questão de salvação do mundo.
4. O Consciente sente para si e medita com paciência cada coisa, mas o Tolo levanta-se e age conforme o primeiro impulso.
5. O Consciente ama a todos, mas o Tolo fica amigo de qualquer um que o trate bem naquela hora.
6. O Consciente sabe que amizade é um trabalho de tecimento e tecelagem, mas o Tolo acha que uma boa bebedeira faz amigos.
7. O Consciente vive e deixa viver, embora não negocie seus princípios jamais; mas o Tolo sente a obrigação de se impor sobre todos os diferentes.
8. O Consciente faz o bem e se esquece, mas o Tolo o conta como currículo.
9. O Consciente vive muito e fala pouco acerca de tudo o que já viu, mas para o Tolo toda primeira descoberta o torna o senhor de todos os saberes.
10. O Consciente ama a todos, até aqueles de quem não goste; mas o Tolo ama apenas os que lhe agradam com consentimentos, e desgosta-se de todos os que não sejam como ele.
11. O Consciente vê em cada outro humano um altar, mas o Tolo somente vê altares em lugares onde tijolos e pedras tenham sido erguidos.
12. O Consciente sente a espera da Volta do Filho do homem todos os dias, mas o Tolo crê que poderá prever alguma coisa.
13. O Consciente vê o mal e dele foge; mas o Tolo acha que é domador de demônios.
14. O Consciente sabe que a cada semente corresponde seu próprio fruto, mas o Tolo crê que pode semear uma natureza e colher outra.
15. O Consciente leva em consideração cada acusação que recebe e nelas medita, pois crê que delas possa tirar algum proveito, ainda que em silêncio; mas o Tolo perde a chance de se enxergar até nos exageros dos que o acusem.
16. O Consciente sabe que sua melhor certeza ainda é parcial, mas o Tolo julga ter atingido o discernimento pleno.
17. O Consciente pode esperar o tempo certo, mas o Tolo nunca perde uma oportunidade de ventar os seus impulsos e precipitações.
18. O Consciente sabe que somente o trabalho contínuo e perseverante estabelece a credibilidade, mas o Tolo quer se tornar sábio e respeitado da noite para o dia.
19. O Consciente é tentado e não se julga forte para dialogar com a tentação, mas o Tolo a leva para casa e lhe serve chá, julgando que poderá educá-la.
20. O Consciente sabe que seu pior diabo é a sua cobiça, mas o Tolo atribui ao Diabo externo todas as culpas.
21. O Consciente pode morrer sozinho, mas se saberá acompanhado e dignificado pela presença de anjos, mas o Tolo quer ter um cerimonial até para morrer.
22. O Consciente se satisfaz com a serenidade de seu ser, mas o Tolo somente é feliz se não houver nele nenhuma serenidade.
23. O Consciente não se obriga pelos caprichos de nenhuma maioria, mas o Tolo somente anda conforme os ditames majoritários.
24. O Consciente mede e discerne o peso de sua importância na vida, mas sabe que ela sempre será relativa; porém o Tolo julga que sem ele tudo o que foi feito não permanecerá.
25. O Consciente confia no vento e no seu poder incontrolável de espalhar sementes, mas o Tolo acha que se ele não industrializar o plantio..., sua existência não será produtiva.
26. O Consciente vive pela fé; o Tolo, porém, vive do que ele ache que possa controlar ou manipular.
27. O Consciente nunca não vai com a cara de alguém apenas por não ir, mas o Tolo desgosta de tudo e todos que lhe pareçam concorrência.
28. O Consciente sabe que deve amar a todos, embora tenha o privilégio de gostar de muitos; mas para o Tolo amor só se deve ter por quem se gosta pela concordância.
29. O Consciente sabe que toda vingança aumenta o mal muitas vezes mais, e, por isto, nunca recorre a ela; mas o Tolo prefere acabar o mundo a não vazar seu ódio como vingança.
30. O Consciente somente gosta de ganhar em parceria, mas o Tolo quer sempre ganhar sozinho.
31. O Consciente vive para fazer fácil a vida, mas o Tolo ama as complexidades.
32. O caminho do Consciente fica dia a dia mais simples, mas o caminho do Tolo vai se tornando um labirinto.
33. O Consciente cresce em todas as tribulações, mas o Tolo lamuria e cresce em desconfiança em cada uma delas.
34. O Consciente transforma traumas em lições, mas o Tolo os alimenta como álibis.
35. O Consciente não despreza nada e a tudo pondera, mas o Tolo elege as suas fontes.
36. O Consciente não vê em ninguém um competidor, mas apenas mais um auxilio; o Tolo, porém, vê em cada outro dom uma ameaça à sua vida e pregresso.
37. O Consciente foge da justiça dos homens, e busca conciliação pacifica; mas o Tolo ama os tribunais.
38. O Consciente aposta no trabalho, mas o Tolo aposta no jogo.
39. A Conquista do Consciente permanece, posto que seja de natureza espiritual, e, portanto, não passageira; mas o ganho miraculoso do Tolo desvanece-se antes do proveito.
40. O Consciente ama a simplicidade dos simples e a calma dos idosos, mas o Tolo apenas dá atenção ao que lhe possa auferir ganhos de alguma forma no instante.
41. O Consciente ama o mandamento da Vida, mas o Tolo acha tudo uma obrigação.
42. O Consciente busca renovar-se todos os dias, mas o Tolo busca adaptar-se todos os dias.
43. O Consciente crescerá em consciência...
44. O Tolo viciar-se-á em seus modos, e neles morrerá...; a menos que se converta à verdade que liberta a mente para aprender a sabedoria.

Nele, Jesus, de Quem aprendi que todas as coisas acima são Provérbios da Vida no Evangelho, deixo estes pequenos provérbios a fim de ajudar a simplificar o seu entendimento quanto ao fato de que a vida é conforme a semente,

Caio

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

MOVIMENTO PELA REGENERAÇÃO DA IGREJA NA HISTÓRIA



Nos dias da Reforma Protestante, 95 foram as teses. Hoje a tese é uma só: Se tudo é Graça de Deus, então, não há barganhas a serem nem propostas e nem aceitas, jamais.

Portanto, eis como segue:

1. Há um só Deus, que se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo; sendo, no entanto, um só Deus; e tal realidade divina pode ser por nós apenas crida, mas jamais entendida. Ora, sem fé é impossível agradar a Deus!

2. Tudo e todos os que existem foram criados por Deus e para Deus; e Deus ama a todas as Suas criaturas e criações; posto que sendo amor a natureza de Deus, tudo o que Ele criou por amor o criou.

3. Deus é Amor; portanto, Deus é Graça; visto que somente no Amor há Graça; sendo também esta a razão de Deus haver feito o Sacrifício Eterno pela Sua criação e todas as Suas criaturas, antes mesmo de criar qualquer coisa; posto que o Cordeiro Eterno de Deus, que é também o Filho, entregou-se como Redenção e Remissão de pecados antes que qualquer coisa, ente, criatura ou dimensão tivessem sido criadas.

4. As transgressões que houve e há na criação, não demandaram de Deus um “improviso”, um remendo; posto que a Graça do amor de Deus revelado aos homens não seja um improviso, mas a consecução do amor que já se dispusera a tudo por amor à criação antes de haver mundo.

5. Deus é amor, é, portanto, Pessoa; pois não há amor sem pessoalidade. Por isto ao criar seres capazes da pessoalidade, Deus chamava a Sua criação a um vinculo de relacionalidade com Ele, em amor, verdade e graça.

6. Sendo Deus Eterno e Infinito, e o homem mortal e finito, não há meios de o homem ou qualquer criatura discernirem Quem Deus é a menos que Deus faça revelação de Si mesmo.

7. Portanto, tudo quanto de Deus possa ser sabido nos vem exclusivamente por revelação; seja a revelação Dele mediante a Natureza das coisas criadas, seja pela iluminação da consciência, seja pelas Escrituras que decorreram da fé de Abraão, seja pela ciência como apreensão da revelação livre que Deus faz de Si mesmo.

8. A Palavra de Deus, portanto, se manifesta de muitos modos; entretanto, uma só é a Palavra; e toda a sua revelação está manifesta em Jesus, que é o Verbo Eterno, a Palavra antes de qualquer Natureza, Consciência, Ciência ou Escritura; posto que somente em Jesus seja possível discernir Deus em Sua plenitude de revelação aos homens. Afinal, Jesus disse: “Quem me vê a mim, vê o Pai” [...] “Eu e o Pai somos Um”.

9. Sendo Deus Eterno e totalmente transcendente ao homem, tudo o que Dele nos venha é Graça; e sem Graça, favor divino em todas as coisas, nada pode ser por nós apreendido como bem eterno em razão de nossa incapacidade de discernir o Eterno e Infinito, especialmente quanto a aprender a Sua vontade.

10. Além disso, pela mesma razão, somente se pode manter relação com Deus mediante a fé, posto que a fé se abra para todas as coisas, visíveis e invisíveis; e mais: somente a fé não conhece impossível; portanto, somente pela fé se pode manter vinculo com Aquele está para além de toda compreensão.

11. Ora, sendo Jesus o Cordeiro Eterno de Deus que se manifestou na História, o fez no mesmo espírito da Graça Eterna, a mesma concedida à criação e às criaturas antes que houvesse mundo. Por isto Jesus não é o Deus dos cristãos, nem de qualquer grupo humano, nem o fundador do Cristianismo, nem o Deus dos crentes que assim se confessem apenas pela filiação a uma agremiação religiosa... Antes pelo contrário, Ele é a verdadeira Luz que vinda ao mundo ilumina a todos os homens; posto que Jesus tenha sido apresentado a nós como pertencendo a uma Ordem Sacerdotal Superior, não religiosa, não humana, e que é descrita como sendo a Ordem de Melquizedeque, na qual todos os seres humanos, sabendo ou não de tamanha Graça a eles disponível em Cristo, nela estão incluídos por uma decisão unilateral do amor de Deus; posto que Deus estivesse em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo.

12. Desse modo, tudo quanto concerne ao homem como necessidade, surge de Deus como solução do amor na Graça; a saber: arrependimento, fé, salvação, redenção, perdão, justificação, alegria, santificação e esperança eterna. Assim, não há nada que seja essencial ao homem que seja provisão do homem para o homem; pelo contrário, tudo provém de Deus.

13. Por esta razão o povo de Deus é o Povo da Graça; pois, quem quer que esteja em Deus só o está em razão de ter sido incluído gratuitamente em tão grande salvação.

14. Além disso, esse Povo de Deus é chamado a tornar-se seguidor de Deus nos passos de Jesus; e, por isto, só é Povo de Deus [e, portanto, Igreja], aquele que se entregar a Deus apenas crendo que no Cordeiro Eterno, Cristo Jesus, Tudo Está Consumado; não restando ao homem nada a fazer a fim de completar o que já estava Feito antes de haver mundo.

15. É porque o Evangelho é assim, e porque Jesus assim ensina, e, além disso, por ter sido apenas este o Fundamento Apostólico sobre o qual a revelação da Nova Aliança se deu, é que afirmamos com temor e santo temor que:

15.1. O que se fez nesses 1700 anos de História Cristã Romana, da qual a própria Reforma Protestante não deixou de ser herdeira, rompendo com muitas coisas, mas não com todas, tornando-se assim, de certa forma, apenas uma Re-forma, mas não uma Revolução de sentidos, conteúdos, e, sobretudo, de simplificação não de formas, mas de espírito — é ainda algo totalmente insatisfatório; posto que seja ainda um reformar, mas não uma ruptura de conteúdos, de dogmas, de doutrinas humanas, de lógicas mundanas, todas elas criadas pelo Pai do Cristianismo e seus auxiliares históricos: o Imperador Constantino.

15.2. Que o que provocou a Reforma nos dias dos Reformadores do Século XVI, tornou-se algo revivido com ênfases e disfarces de maldade ainda maior entre nós, hoje; posto que agora tudo seja feito com máscaras do “nome de Jesus”, porém, com modos que fazem as vendas de Indulgências que deram pavio ao fogo da Reforma, tornarem-se temas inocentes de presépio infantil.

15.3. Que as barganhas, as negociatas, as campanhas de exploração da credulidade do povo, o uso perverso da Bíblia, o espírito de troca e comercio, as maldições e ameaças pronunciadas “em nome de Jesus”, os novos apóstolos do dinheiro e da prosperidade, o desenfreado comercio da fé como produto, a utilização de todos as formas de manipulação e engano, as inegáveis manifestações de ações criminosas em nome da fé, o uso político da igreja e do nome de Jesus, e tudo quanto entre nós hoje se define como “igreja” e sua prática histórica, não mais é que um estelionato sem tamanho e medida, e que faz a Igreja Católica do Século XVI uma entidade de bruxos aprendizes daqueles que entre nós hoje são pastores, bispos, apóstolos e candidatos diabólicos à divindade.

15.4. Que não é mais possível usar termos como “evangélico”, que deveria significar “aquilo que carrega a qualidade do Evangelho”, nem termos como “Igreja”, que deveria apenas ser a assembléia dos crentes no Jesus dos Evangelhos — posto que “evangélico” tenha se tornado aquilo que no Evangelho é descrito como sendo anti-evangélico, e “Igreja” tenha se tornado aquilo que no Evangelho é apenas uma multidão perdida e sem pastor, tamanho é o descaminho dos seus guias e condutores do engano.

15.5. Que não é mais possível conviver passivamente com tamanho engano blasfemo, sob pena de nos tornarmos indesculpáveis diante de Deus, desta geração, e das que ainda virão.

15.6. Que hoje se ouve a Voz de Deus, dizendo como fez antes muitas vezes, e no futuro ainda voltará a dizer: “Sai do meio dela, ó povo meu!” Sim, pois “o Senhor conhece os que Lhe pertencem”; e deseja separar Seu Povo do convívio perverso não no “mundo”, mas, sobretudo, no “ambiente chamado ‘igreja’”; posto que, pela anuência silenciosa, estamos corroborando o engano para aqueles que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda.

15.7. Portanto, convidamos a todo aquele que ainda crê em Jesus segundo a pureza do Evangelho, que assuma hoje, e para sempre, uma total ruptura com tudo aquilo que se disfarça sob o nome de Jesus, mas que nada mais é do que manifestação do engano, até que chegue o Dia quando todo “Senhor, Senhor” que não teve correspondência de obediência ao Evangelho, de Jesus ouvirá o terrível “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim todos vós que praticais a iniqüidade”.

15.8. Aqui, sem alarde, com total sinceridade no Evangelho, convidamos você a abraçar a busca da Regeneração; pois, o que a “igreja” precisa a fim de se tornar Igreja, segundo Jesus, é de Regeneração, de conversão, de arrependimento e de iluminação do Evangelho na Graça de Deus.

15.9. Portanto, não temos barganhas a fazer com tudo aquilo que, mesmo sendo anunciado “em nome de Jesus”, nada tenha de Jesus e do Evangelho; e assim fazemos porque temos certeza de que seremos cobrados por Deus se nos mantivermos alheios, silenciosos, perversamente educados no nosso assistir da mentira na sua prevalência histórica contra a verdade e a simplicidade do Evangelho.

15.10.Estas são as teses puras e simples deste momento/tempo de Busca de Regeneração de nós mesmos no Evangelho. Quem diz amém ao Evangelho de Jesus, esse não temerá viver todas as implicações dessa decisão proposta não como Reforma, mas como Regeneração.

Nele, que nos chama a servi-Lo hoje, nesta geração, pois a ela estamos endividados pelo conhecimento da Verdade em Jesus,

Caio Fábio D’Araújo Filho
E quem mais assinar antes ou depois de minha assinatura...
21 de outubro de 2009
Lago Norte Brasília DF

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